Autobiografia, parte IV
Nesse ano me aprofundei mais no meu estilo de vida que construo aos poucos, o de aventureiro do conhecimento. Aprendi a trabalhar o desapego afetivo, isso não me impede de amar, apenas me faz ser solto o suficiente para não ser preso por grilhões e para não firmar raízes. Isso me torna mais apto a ser como um cigano nômade que passa temporadas em um local aprendendo e ensinando coisas, assim como para depois ter um certo tédio do local atual, capaz de estimular a curiosidade filosófica em buscar novos locais para conhecer. Continuo me fundamentando no alicerce emocional que possui os seguintes pilares: amor próprio, amor filosófico, respeito próprio e controle próprio; já a minha identidade é composta por quatro virtudes: individualidade, liberdade, privacidade e convicção; meu alicerce emocional e virtudes fazem um octógono que representa quem sou e o que sou.
Quero me aventurar em montanhas e tundras, cavernas e grutas, abismos e cânios, florestas e bosques, planícies e planaltos, serras e pradarias, fazendas e estradas, cachoeiras e praias, quedas d'água, geleiras, desertos, caatingas e outros locais, vou sentir o solo, ar, temperatura, odores, texturas, sabores, sons e tantas variantes desses terrenos e voltarei com cicatrizes, sim, quero cicatrizes para marcar que estive lá e caso eu me corte, rasgue, esfole ou seja perfurado jogarei sal grosso sobre o ferimento para que a marca não suma com o tempo. Também quero livros, revistas, monografias, apostilas, CDs, DVDs, videogames, RPGs, jogos de tabuleiro e cartas, amigos, amigas, mulheres para amar e tantas outras possibilidades que me tragam saberes e prazeres, tudo isso é aventura e amo viver.
Em minhas aventuras descobri ainda mais sobre mim, tanto para dizer que estou longe da totalidade, até mesmo por essa ser uma utopia das mais mentirosas, assim como também impossível, da mesma forma digo que continuo sabendo pouco do mundo através de mim. Eu posso saber coisas interessantes sobre mim, com ainda mais peculiaridades desvendadas nos mistérios e segredos tão humanos que sangram quente dentro de minha mente. Dessa vez não anseio por falar de símbolos nesse texto altamente egocêntrico que talvez valha algo unicamente para mim, talvez valha algo após minha morte, mas não estarei aqui para descobrir o valor desse texto e das três autobiografias anteriores, assim como os demais textos completos. A vida segue e o que aconteceu de positivo e negativo serviu para montar o que sou e quem sou, por essa razão vou montar um livro de aventuras escrito à mão, nele registrarei minhas aventuras, assim como um mago faz ao registrar seu vasto conhecimento em seu grimório.
- Mensageiro Obscuro.
Junho/2010.