HUMANIDADE
 
     Viver nossa vida como verdadeiros seres Humanos é muito mais difícil do que possa parecer. O mundo como um todo, comunga para nos levar a sermos unicamente mais um neste mundo, além de nos fazer acreditar que basta-nos viver apenas nossos instintos.
 
     Não, que devamos ter vergonha de nossos instintos, posto que somos unos com eles. Eles fazem parte de nós. Estamos "programados" pela evolução para dividirmos nossa existência com eles. Somos um complexo emaranhado de instintos básicos e reações puras (pura no sentido de natural e não no sentido de pureza). Agora deixarmos que eles vivam por nós, em toda sua intensidade, nos levaria a vivermos “animalescamente”.
 
     Nossos instintos foram, ao longo de vários milhões de anos, sendo adaptados e ajustados, para que sobrevivêssemos em um mundo terrivelmente perigoso. Mundo este onde nós, ainda hominídeos, não possuíamos nenhuma qualidade biológica que nos pudesse fazer sair da contingencia de presas e passarmos a de predadores.
 
     Nossos instintos, evoluíram lado a lado com o crescimento de nossa massa cerebral. Desta evolução surge nossa capacidade de comunicação. A combinação de massa cerebral maior, instintos mais apurados, e alguma capacidade de comunicação nos propiciou sermos capazes de melhor nos defendermos de nossas presas naturais. Desta forma, de geração a geração, passamos de simples coletores e comedores de carcaças, deixadas por outras presas, a sermos, nós mesmos, caçadores de nossa própria ração de carne.
 
     Esta evolução, por mais conturbada que tenha sido, nos permitiu "aprender" a viver em grupos cada vez maiores. Esta nova jornada, a da convivência em grupos cada vez maiores propiciou o desenvolvimento de instintos de convencimento, além da capacidade de mentirmos cada vez melhor. Este salto evolutivo, nos permitiu lutar para assumir o domínio destes grupos que estavam em crescimento.
 
     Sem estes instintos naturais, não teríamos sobrevivido. Eles nos foram vitais. Por isso não devemos ter vergonha deles.
 
     Os grupos sociais continuaram crescendo. Deixamos, depois de milhões de anos, de ser nômades e passamos a ser seres sedentários, com grupos sociais cada vez maiores. Assim nossa sociedade teve início, com nossos instintos animais a flor da pele, e em elevado grau de desenvolvimento.
 
     Juntamente com estes instintos, basicamente instintos animais, surgem também nossos instintos de HUMANIDADE. O problema é que este sentido de HUMANIDADE, não nos garantia a sobrevida necessariamente, e muito menos o alcance do poder de domínio. Assim a nossa HUMANIDADE passou a ser esquecida, em nome de uma luta constante por sobrevivência, poder, glória e domínio. 
 
     Mas dentro de todos nós, pelo menos dos saudáveis mentalmente, existe nossa humanidade.
 
     Se insistirmos apenas em vivermos nossos instintos, estaremos vivendo unicamente nossa vida animal.
 
     Se passarmos a dar valor a nossa HUMANIDADE estaremos vivendo o que de mais belo a evolução nos deu, e que é a nossa marca de assinatura humana.
 
     Somos Humanos, somente quando vivemos nossa HUMANIDADE, somos Homo sapiens, uma espécie variante dos símios, mamíferos e vertebrados, quando vivemos nossos instintos básicos e animalescos.
 
     A razão deve ser nosso verdadeiro diferencial, e a Ética deve ser, muito mais do que uma moral localizada e temporal. A verdadeira Ética, aquela que dignifica a vida, deve estar totalmente imiscuída com o AMOR. Somente estes podem fazer de nós, e em especial de nossos filhos, seres humanos dignos de nossa verdadeira HUMANIDADE.
 
      Humanidade é algo que está faltando em nossa civilização. Humanidade, é a única grande diferença entre cada um de nós e nossos primos mais próximos. 



     Ser HUMANO, sem HUMANIDADE, nos faz nada mais do que SÍMIOS mais bonitos, Mamíferos mais complexos, ou vertebrados mais traiçoeiros.



     HUMANIDADE é o nosso real diferencial...
Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 19/06/2010
Código do texto: T2328471
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