Sou poeta
Sou poeta itinerante
Viajante sem caminhos de idas e de voltas, sou ao meio
Refaço minhas trilhas, meus caminhos obtusos e oblíquos
Traço perfis e roteiros, esqueço-me das rotas
Esqueço-me das voltas.
Perco-me em caminhos e destinos,
Minha sina é caminhar só;
Recolher meus cacos e pedaços espalhados pelo tempo,
Sarar minhas feridas abertas e sangrantes,
Artérias e coronárias viscerais , sentimentos escancarados e expostos.
Sou poeta, sou maldito;
Trago nas letras a marca crucial dos errantes e dos sonhadores.
Senhor de meu próprio destino, não sigo marcas pelo caminho,
Apago meus próprios rastros
Refaço-me em cada poesia feito a Fênix
Ressurjo das sombras e do nada
Reinvento-me a cada dia...
Sou poeta.