Da sorte
O mundo tem sua urgência - os passos apressados, os olhos nos relógios, enquanto as calçadas mudam e as paisagens se repetem no cotidiano da metrópole. Os dias passam rápido - e assim as pessoas também.
Pessoas, objetos, carros e corações ganham e perdem valor muito rapidamente. Vivemos num mundo de depreciação. Resta momento para olhar para si?
É preciso ganhar identidade, andar um passo seu, crescer, vencer, se erguer e reerguer-se diante de todas as intempéries. Dos desafios eu vejo cada pedra a se retirar e formar um castelo de conquistas.
De vitórias, de sorrisos, de paz e de poesia. Como seriam os dias? E as pessoas? Que os degraus de cada escada sejam como um imenso teclado musical espalhado pelo chão e cada pisar ecoe como um grande Sol no coração de cada transeunte.
Que cada olhar nos olhos do outro consiga entrever um pouco de si mesmo em reflexo, janelas da alma que são, espelhos da humanidade que deveriam ser.
Se ver no outro parece mesmo sonho, de tão distante. É que a sorte é preciso sonhar pra conquistar, minha linda. E eu também dei de sonhar!