O Velho e a Cadeira
Ensaiou levantar do assento
Meio indeciso só titubeou
Raspou garganta, a janta nem digeriu
Ralos cabelos, mãos tremulares
Olhos cansados na antiga vitrola
Embora somente o ouvido fosse platéia
O som deslizava em seu tato
Um gato, um rato
Um fato, o velho há muito vivera
Cansado de ser mera parte do cenário
Da casa de madeira, na beira da vida
De quem quer mais morrer a viver sonhando
Ensaiou dormir para ao menos sonhar
Morreu.