Ótica das joaninhas

Em um dia desses, minha irmã me mostrou um poema que ela tinha escrito, confesso que peguei o papel esperando ler alguns versinhos típicos de rima fácil. Mas fiquei atônito quando me deparei com esse primor.

Instantes

Se pudesse viver novamente minha vida,

Na próxima tentaria cometer menos erros.

Tentaria ser menos perfeita, relaxar mais.

Cuidaria de mais coisas, com menos seriedade,

Seria menos higiênica, correria mais riscos.

Seria menos formal, andaria descalça,

Comeria mais legumes e mais sorvetes também, teria mais amigos.

Eu sou uma dessas pessoas que se preocupa a cada segundo,

Se pudesse voltar atrás seria mais calma,

Viveria lentamente, teria mais momentos bons, viajaria.

Se eu pudesse voltar atrás andaria de bicicleta,

Contemplaria mais as manhãs, o por do sol e as estrelas,

Curtiria coisas simples, do dia-a-dia,

Passaria mais tempo olhando uma flor e a simplicidade da joaninha,

Veria o mundo através delas.

Mas a minha vida não acabou,

Ainda posso saltar de pára-quedas na Austrália,

Posso viver tudo que sonhei até agora.

Débora Carini, 14 anos, 1º grau do ensino médio.

Estamos acelerados, correndo atrás da máquina mesmo sem entender a lógica do sistema, que imprime um ritmo cada vez mais difícil de acompanhar.

Entre meio, as crises e epidemias, que assombram o mundo. É preciso PARAR! Analisar qual é a decisão correta, se realmente vale a pena, se esse é o caminho.

Precisamos pensar mais na vida, aprender a ver o mundo, as pessoas, com outra ótica, sem esperar nada em troca, ver através da simplicidade de uma joaninha e da inocência de uma criança.