Retórica de uma Crença Falida
Descontentamento, sorrisos amarelos,
Olhos perdidos no tempo,
Pratos feitos, a fome corroendo o peito,
Embriagado de saudades e desencantos...
Sonhos frustrados, o adormecimento das vontades,
Castram, constroem insignificantes alicerces de pedra e poeira,
E na solidão desta construção o silencio reina em total liberdade...
Face apagada, lembranças mortas, lagrimas entrelaçadas sob a mesa farta,
As mãos em oração repetem o sinal da cruz,
Vendavais de esperanças incertas,
Prisões de uma vida acondicionada,
Tantos deuses, e um Deus que não estende a mão,
Nestes dias de angustia e aflição...
A alma vazia segue a sua rotina,
Cheia de alusão quanto ao valor de suas ações,
Sobre o certo e o errado,
Sobre no que crer, sem ao menos ser acreditado,
Vivendo de glorias passada,
Fatos já consumados,
Consumido pelo fracasso...
A mesa farta de tantos desejos,
Transborda toda a crença no Deus da criação,
À espera de sua dispensa cheia,
Do pão de cada dia,
Vive seus dias sem entender de fato,
Que, todo valor vem de seu suor e da força dos seus braços...