Pós Mitos

Eu não devia

Nem queria

Nem mesmo pensei

Não arriscaria

Não permitiria

Dizer algo além do que o que fosse

Belo

Grande

Espirituoso.

No entanto

Me rendo ao encanto

De uma bobagem

Em dosagem maciça.

Pinçado

Regado

Ao ensejo

Apenas

Somente

De nada querer

Que não

O que é grande

Que é belo

Espirituoso

E tal!

Mas ai!

Nem aos pés

De um Drummond

Pessoa

Um Camões

Shakespeare

Tagore

Neruda

Ou Cecília...

E a pilha está fraca

E na ponta da faca

Nada digo ao impreciso

Que posso e me privo

De dar vexatória.

Bebo pois

Da cartilha

E assimilo

O meu vácuo

Vazio

Não ser

E decido

Dizer nada

Que o silêncio

Me poupa

De riso

E de muita

piada.

ANJA PERALTA
Enviado por ANJA PERALTA em 29/05/2010
Reeditado em 23/02/2011
Código do texto: T2286451
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