Sermões de Buda (trechos)

Sermões de Buda (trechos)

Buda explica porque se tornou monge.

(...) Os ignorantes,mesmo fadados a envelhecer, não se lembram disso e, ao ver pessoas idosas, desprezem-nas e abomina-nas, esquecendo-se de si próprios. Refletindo bem, eu próprio terei de envelhecer, não podendo escapar ‘a decrepitude. Por isso não é direito que despreze e abomine as pessoas de idade. Quando passei a pensar desse modo, ó monges, desapareceu todo o meu orgulho por minha juventude.

(...) (idem quanto ‘a doença). “... desapareceu todo o meu orgulho por minha saúde”.

(...) (idem quanto ‘a morte). “... desapareceu todo meu orgulho por minha vida”.

O conteúdo da iluminação de Buda. ( A lei da originação dependente)

“Havendo isso, há aquilo; quando isso se origina, aquilo se origina. Sendo assim, havendo a ignorância, há a ação; havendo a ação, há a consciência; havendo a consciência, há o nome e a forma; havendo o nome-e-forma, há os seis órgãos da percepção; havendo os seis órgãos da percepção, há o contato; havendo o contato, há a percepção; havendo a percepção, há o apego;havendo o apego, há o desejo; havendo o desejo, há a existência; havendo a existência, há o nascimento e havendo o nascimento, há a velhice, a morte, a preocupação, a tristeza, o sofrimento, o pesar e o desespero. Assim, pois, surge o sofrimento.”

O primeiro sermão de Buda.

(...) O sofrimento físico traz perturbação ‘a mente. O conforto físico traz apego ‘as paixões. Nem o ascetismo nem o prazer permitem realizar o Caminho. É preciso abandonar esses extremos e seguir o Caminho do Meio. Este é o óctuplo Caminho. (...) Eu pratiquei o Caminho do Meio e obtive a iluminação.

Como sabeis, a vida é plena de sofrimento(...)

(...) A fonte desse sofrimento é a idéia de existência de um “eu” substancial (...) O desejo, a cólera e a ignorância são também causados pelo “eu”. (...) Se eliminarmos a idéia de “eu”, os sofrimentos cessarão.

(...) Os fenômenos materiais, a percepção, as idéias, a vontade e a consciência são estáveis ou impermanentes? São ou não são sofrimento? São ou não são vazios? Têm ou não têm um “eu”?

(...) Agora, em verdade, temos reunidos os três tesouros. O Buda, o Darma (ou a lei ensinada pelo Buda), e o Sangha (ou a comunidade dos discípulos que praticam a lei).

Fonte; Textos budistas e Zen-budistas, de Ricardo M. Gonçalves (org)