## AURORAS ##

Descobri por acaso, entre(tantos) caminhos cruzados, uma caixa especial. Sempre me pareceu única. Eu a olhava e seguia, afinal, não era minha.

Seguia e de quando em vez voltava. Estava lá, fechada.

Aos meus olhos reluzia, parecia haver uma luz ali dentro. Encantava-me esta caixa. Mas não era minha...e ali a deixava.

Às vezes a esquecia e quando lembrava voltava pelo mesmo caminho para conferir se lá estava. Queria apenas que estivesse, pois apesar de não ser minha, me fascinava.

O que haveria ali dentro que me encantava?

O tempo passou e um dia pelo meu caminho lá estava.

Aberta, suscetível e desencantada.

Dela roubei algumas palavras. E quanto mais ouvia, mais me maravilhava...Eram tantos os encantos recobertos sob a poeira...

Tomei-a nos braços, com cuidado, como se carregasse um grande cristal, belo e frágil.

E carregando-a fomos tomadas por uma grande energia, que nos unia. Claro, eu sabia. Sabia que dentro dela havia algo que me pertencia. Mas ela não era minha...

Aos poucos descobrimos, que em algum misterioso lugar do tempo a deixei cair e nossa tristeza era um vago não existir.

Mas agora, como quem descobre a felicidade que andava escondida, renascemos como auroras, auroras de nossas vidas.

TACIANA VALENÇA
Enviado por TACIANA VALENÇA em 19/05/2010
Código do texto: T2267678
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