JUVENTUDE transtorNADA
Ser jovem é viver a pleno vapor. É ter em seu favor o vigor da vida. Nessa fase, nada é difícil. Tudo é possível, para o jovem. Ele Cresce, desenvolve-se, muda hábitos, aprende. E é justamente no aprender que ele enfrenta os seus maiores problemas.
Nos dias de hoje, aprende-se de tudo. Basta navegar pela internet, para que se tenha acesso a todo e qualquer tipo de assunto, com todas as informações a ele relacionadas. A maioria da população tem acesso à rede mundial de computadores. Aqueles que não têm vão aprender com os que acessam.
O jovem, atualmente, vive uma crise existencial muito grande. Ele é, na sua mente, igual aos demais adultos, mas não tem as mesmas condições que os adultos que eles se julgam iguais. Idealizando sua vida em alguma pessoa de destaque, por exemplo, o jovem vai tentar imitá-lo, mas não terá à sua disposição o que essa pessoa tem. Frustrado, o jovem acaba por trilhar outros caminhos, diversos daqueles que lhe seriam normais para a idade, culminando num problema futuro.
Seja na novela, na programação diária da televisão, no rádio, no jornal e em tantos outros meios de comunicação possíveis, o jovem está sempre em contato com um mundo infinito de informações. “Antenado”, como dizem por aí, em todas essas informações, o jovem acaba sendo influenciado pelas boas e também pelas más.
Antigamente, nas escolas, ensinavam-se duas matérias, que não existem mais. Logicamente, eram chatas, mas necessárias, quais sejam, OSPB (Organização Social e Política Brasileira) e EMC (Educação Moral e Cívica). Para alguns, eram matérias ditadas pelo governo e que não permitiam uma reflexão, mas apenas ensinam como se deveria pensar. Desse entendimento, discordo. Entendo que eram formas de se ensinar aos jovens o respeito pelas autoridades, o que não se vê atualmente.
A escola, hoje, tomou um norte diferente. Os pais mandam os filhos para a escola, para terem um tempo sem eles dentro de casa e para que eles tenham um tempo, “presos” lá na escola. Como se ninguém matasse aula e ficasse nas imediações das escolas, dando a entender aos pais que estão estudando. Os filhos, por outro lado, vêem na escola uma forma de sair um pouco de casa e ficar livre dos afazeres que os pais querem impor, quando estão, o tempo todo, ociosos, seja no computador, televisão ou telefone celular, que, não sei como, quase todos têm acesso, até os mais humildes. E não é raro ver nas mãos de tantos jovens aparelhos celulares de última geração.
E a juventude vai se desenvolvendo. Informações por todos os lados e nem todas são ou pelo menos deveriam ser absorvidas.
Drogas, sexo e prática de crimes têm permeado a vida da maioria dos jovens. É raro ver algum jovem que não tenha se envolvido ainda com nenhum dos três. Exemplos para o acesso aos três todos têm e de todos os lados. Basta andar pela rua ou acessar os meios de comunicação.
Os pais já não conversam mais com os filhos. Discutem. Os filhos não querem se abrir com os mais. Escondem-se. De um lado e de outro têm-se várias acusações e várias desculpas para o afastamento.
Se o filho tem problema na rua, os pais não querem saber ou, se tomam conhecimento, preferem a omissão. Dias desses, ouvi uma notícia de que uma mãe, ao saber que a filha tinha sido chamada a atenção pela professora na escola, ao invés de tomar conhecimento do ocorrido e, se necessário corrigir a filha ou conversar com a professora, foi com ela até a escola e avançaram ambas na professora.
E, assim, o jovem vai crescendo. Solto pelo mundo, achando que pode dele tomar conta. Não se dá conta, é certo, de que o mundo é que o controla, exigindo dele condutas iguais a de tantos outros jovens, que já não sabem por qual caminho seguir.
A sociedade, por sua vez, preocupada com todas as suas obrigações, quer apenas combater os jovens criminosos, que não se enquadram nas suas regras. “Punição severa”, dizem alguns. “Redução da menoridade”, dizem outros. Mal sabe ela, sociedade, que deveria investir na educação desses jovens e ajudá-los, juntamente com suas famílias, a procurar o caminho de retidão, de respeito às autoridades, de submissão aos pais.
Sempre escutei que “os jovens de hoje são o futuro do Brasil”. Confesso que estou com medo do futuro que os nossos filhos terão, se é que terão, eis que, todos os dias, morrem jovens no Brasil e não vejo a adoção de medidas básicas, necessárias para conter essas mortes.
Precisamos conter essa JUVENTUDE DO NADA, que quer viver loucamente todos os seus dias. Essa loucura precisa ser controlada. Como alguém já disse “prudência e canja de galinha não fazem mal a ninguém”.