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Acordei excitado,

Tinha sonhado com o Par de Sapatos

Ele estava jogado na água

A aparência era mais nova

Do que a de sempre

Ele comunicando com o meu coração

suplicava auxílio.

Havia dias que o abandonou ali,

estava posto de lado,

condição incômoda para o Par de Sapato

que, acostumado a horizontalidade,

queixava-se ao ver o mundo

tão obliquamente.

Despertei, levantei-me apaixonado, buscando o Par

apaixonado sim,

apaixonado como todo aquele sonhador.

Busquei-o sob a cama,

no alto do armário,

dentro do balde

e em vão foi minha busca.

Conferi junto aos outros

e o Par não estava lá.

Havia uns quase ele,

mas não eram carmim suficiente

Havia uns quase ele,

porém não possuíam personalidade suficiente.

Fugia de mim o Par de Sapatos?

Onde andaria?

Como lhe socorrerei eu

se força esconder-se de mim.

Já havia passado cinco minutos

que me levantara

e ainda buscava o Par.

Meu sentimento me doía

até que, antes do auge da agonia

lembrei-me que o Par não existia

e que o resquício da utopia

um dia se explicaria.

Jérfeson Leandro
Enviado por Jérfeson Leandro em 19/05/2010
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