A vida como ela é

Hoje cedo pela manhã passei por um caminho;

No momento em que um mendigo acordava;

Pegava seus esfarrapados trapos de mansinho;

Saindo pela mesma calçada que a madame chegava.

Nenhum deles viu um rato que fugiu de soslaio;

Na lixeira que a pouco um gato pulara;

Todos fazendo parte de um misterioso ensaio;

No drama social que o destino tramara.

O mais engraçado é que na árvore ao lado;

Um bando de pássaros piava baixinho;

Deixaram cair a única minhoca;

E faziam uma algazarra em seu ninho.

Como observadora do tempo;

Fico às vezes analisando com grande valor;

A fragilidade de cada acontecimento;

Escondido na mágica de seu sabor.

E se pudesse interromper o destino;

Diria para toda a humanidade:

Parem essa estupidez em desatino!;

E olhem para além da insanidade.

Sintam cada pulsar da vida ao seu redor;

Olhando o entorno com encantamento;

Percebam a real beleza de cada flor;

Resistente a turba urbana em tormento.

Talvez buscando nosso real valor;

Saibamos decifrar os mistérios da vida;

Entendendo que não precisamos de dor;

Para que encontremos uma saída.

Ainda a tempo de manifestar o Amor;

E resgatar esse elo perdido.

ACCO

Foca
Enviado por Foca em 18/05/2010
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