Devemos ser neutros?
*Dueto com Eliane Accioly
Participe do Grupo Política e Sociedade. Criado por Jorge Cortás Sader Filho onde estão sendo abordados esses assuntos, acessando o link abaixo:
http://muraldosescritores.ning.com/group/polticaesociedade
Não dá mais para ser apolítico (a). Nos últimos tempos faço o exercício de pensar em Energia Atômica tópicos e acontecimentos do Brasil e do Mundo. E do Brasil aqui e fora. Por isto estou entrei para este grupo, para ouvir os poetas e praticar o pensamento político. Sempre fiz da arte e da prática clínica minhas militâncias. Pensei e penso, e pensar em si é revolucionário. Dou um passo além.
- É verdade! A política está em tudo: Nas relações da sociedade; nas amizades; nas transações internacionais; na família; nos grupos de discussão e até entre marido e mulher; etc.
Não acredito na neutralidade em nenhum lugar. Acredito em posicionamentos. E dentro deles, penso que o Brasil precisa ter um pensamento próprio, atitudes condizentes com a maturidade que buscamos. E em muitos momentos encontramos. Como é dinâmico, não podemos dizer "chegamos, pois o movimento e os fluxos/processos continuam inexoráveis.
- Também penso assim. Ser ‘neutro’ já é uma postura. Já se lia e se lê nos escritos dos evangelhos que "seja quente ou frio, não seja morno que eu te vomito"... ' Mais ou menos assim que consta por lá... Não me lembro do texto todo.
O Brasil não pode ser vassalo de ninguém, não precisamos de caudilhos, não importa onde esses se encontrem: numa ilha como Cuba, ou na América Latina, ou na América do Norte.
- Sim! Temos que defender nossa soberania no conjunto das Nações, sem sermos prepotentes ou nos acovardarmos frente àqueles que pensam deter o monopólio do saber e do poder.
Israel tem a bomba atômica, que imagino não será usada. Durante a guerra fria temíamos o fim do mundo, e muitos filmes foram feitos acerca do tema.
- Se o Brasil já tivesse a sua bomba seria muito mais respeitado (inclusive entre os próprios brasileiros), mas preferiu investir na ampliação de suas universidades e centros de pesquisa o que penso foi uma decisão acertada. Peço que leia meu artigo que publiquei aqui:
'Da bomba à rosa: uma antítese histórica.'
http://muraldosescritores.ning.com/profiles/blogs/da-bomba-a-rosa-uma-antitese que consta do meu blog e aqui mesmo numa página "Falar é fácil"... Da escritora, jornalista e poetisa Silvia Mendonça.
É complexa a questão do apoio do Brasil ao Iran. Vai contra a corrente, e o que vai contra a corrente costuma ser bom, trazer ventos novos ao Mundo, que hoje é a Aldeia Global.
- Podem falar o que quiserem por aqui, ali ou acolá, mas para mim a atitude brasileira está correta. Mostrou independência e coragem. E não foi ingênua como quiseram transparecer. Foi uma costura ousada e demorada que só o nosso Embaixador Celso Amorim Ministro das Relações Exteriores, teve que ir à Turquia por cinco vezes para alinhavar o acordo com o Irã e que foi hoje finalmente assinado pelos três paises.
Não acho que como país, precisamos ser contrários, assim como também não podemos ser partidários. O que podemos é compor com os outros, compor com muitos, em vários momentos. E compor é dizer muitas vezes não. E também viver e respeitar as diferenças.
- Isso mesmo! Agora seremos olhados com novo olhar. Bagunçamos as ‘certezas’ e para ter uma cadeira e acesso nos Conselhos de Segurança da ONU é o passo a seguir e alcançar.
Tudo do que não precisamos é de fundamentalismos de nenhuma espécie. Sinto-me massacrada sob coações, é impensável a censura à Imprensa ou à liberdade de pensamento.
- Considero essa violência pior que a explosão da bomba atômica porque ela inibe a produção intelectual e gera a ignorância e a hipocrisia. Claro que eu tenho medo da bomba e dos conflitos internacionais, mas se não defendermos nosso direito de livre manifestação aí sim... Estaremos ‘pré-explodidos’ para não dizer uma palavra mais feia aos censores de plantão.
A posição do Brasil em relação à questão atômica, que poderá trazer progressos, precisa ser passo a passo. Se não precisamos de fundamentalismos, também não podemos acreditar em soluções "definitivas". Basta voltar à História e pensar nos horrores que já vivemos. Não há o definitivo, há a transitoriedade.
- É isso aí... É um processo contínuo a ser sempre negociado, acordado, costurado e aperfeiçoado!
Dueto: Eliane Accioly e Hildebrando Menezes