O melhor da festa
Ontem, fui a um casamento.
Bela festa, belas pessoas, belo ambiente.
A alegria do recinto contagiava a todos.
Roupas bonitas, belas bolsas, vestidos de cores variadas.
Importantes convidados, todos com muita pompa.
Salgados finos, comida da melhor qualidade, bebidas de todos os tipos.
Tudo na mais perfeita ordem.
O local, de uma enorme beleza.
Tudo preparado.
O casamento se realizou.
Os noivos reafirmaram suas juras de amor.
A festa foi um sucesso.
Deixei o local tarde da noite.
O mais importante momento talvez tenha passado desapercebido por muitos que ali se encontravam.
O padre, como há muito tempo não via, disse palavras que marcaram.
Iniciou sua fala, dizendo: “nascemos incompletos, esperamos pelo nosso amado...”.
E continuou a cerimônia, permeando o ambiente com muitas palavras de ensinamento e, com certeza, de uma forma quase poética.
Falou das etapas do casamento, como se fossem estações do ano, dando, a cada uma deles, um destaque diferente de como os noivos, que seriam marido e mulher, deveriam proceder. Não como uma imposição, mas como uma receita que deve ser seguida e, em sendo possível, podendo-se alterar um ou outro ingrediente, mas, sempre, buscando o melhor resultado.
Falou, mais, da cegueira que, por diversas vezes, tira do marido e da mulher a possibilidade de um enxergar, de fato, um ao outro. Chamou-a de “catarata”.
Destacou que atitudes como a um casal dormir sem trocar um beijo ou um carinho qualquer não pode acontecer. Esse costume pode gerar uma frieza e conduzir a uma situação de afastamento. Assim, pessoas que todos os dias estão juntas na mesma cama, estarão bem distantes uma da outra.
Achei bastante interessantes as suas palavras e excelentes as suas colocações.
Mas temo que, muitas das pessoas que ali estavam, casadas também, sequer ouviram o que fora dito.
Muitos, ali, estavam mais preocupados com o que seria servido e com a beleza do ambiente, das pessoas, das roupas etc.
Que pena! Momentos assim devem ser melhor aproveitados.