Reforma íntima
Fácil demais falar da nossa "bondade";
ser espírita, católico, evangélico.
Difícil é levantar o irmão caído, sem
esperar que ele repita a ação mais
adiante.
Fácil falar dos mais diversos assuntos,
das nossas calamitosas experiências
(expiações) diárias.
Difícil convencer-se de que a sua dor
é menor ou igual a do outro; de que tudo
caminha para o progresso; de que não
há males, apenas para reações das nossas
ações; conseqüências.
Fácil criticar alguém que se acha "o tal".
Difícil dizer para si que as atitudes estão
longe do que é ideal.
Fácil dormir e acordar com a tranqüilidade
de uma vida "estável".
Difícil entender da impaciência do outro,
quando este se encontra em situação que
não compreenda, não aceite, lhe deixe por
vezes sem fé, veja na vida apenas fel.
Fácil ver as misérias no mundo; as
"atitudes" dos governantes; os descuidos
com o meio ambiente.
Difícil enxergar os desvios, as falhas em
nossas condutas - muitas vezes
consideradas corretas dentro da nossa
(concepção de) verdade, dentro da
nossa ignorância ou falta de boa vontade.
Fácil proferir textos bíblicos, fórmulas
copiadas, trechos de livros.
Difícil amar o "inimigo", ou mesmo o amigo -
independente das divergências no pensar,
das ações que desgostamos - as que
chamamos defeitos.
Fácil ser paciente, amoroso e compreensivo
com os recém conhecidos, com os que vivem
distante.
Difícil fazê-lo quando conhecemos (a do outro)
ou exibimos (a nossa) verdadeira face, sem as
máscaras de bondade e perfeição.
Fácil elucidar teorias, proferir textos com
profunda maestria, sobre as necessidades do
humano, sobre ser Cristão - não trago aqui
o que por equívoco chamamos de religião,
mas a crença no Cristo Salvador; fácil
discursar com vocabulário rico e fala mansa,
e dizermos possuir no assunto enorme
"sabedoria".
O difícil é exercitar o que Cristo pregou;
difícil é ter verdadeira disponibilidade para a
reforma íntima e deixar de fazer dela nossa
mais "bela" teoria.
Disse Jesus: "a cada um será concedido segundo as próprias obras".
"Não se preocupe com os outros, a não ser para ajudá-los; pois a lei de Deus não conhece você pelo que você observa, mas simplesmente através daquilo que VOCÊ faz."
(André Luiz)
Agradeço a Dinda por elucidar as suas e clarear as minhas as idéias.