Os Demônios
Demônios! Demônios!...
Encolhidos sarcasticamente em peles de desordeiros...
Demônios a minha procura, gritam nomes e injurias...
Persegue-me em ruelas escuras
Demônios! Demônios!
São os padres da missa dominical,
São os homens que juram não lhe fazer mal...
Vagam malignamente entre cordeiros...
Demônios! Demônios!
Em fim, blasfemos anjos, afinal...
Parasitas da fé e da descrença
Aguardam pacientes no coração do normal...
Por mais que corra, não se foge à presença...
Proles da mesquinhez e da gana...
Negra artéria que impulsiona
O saudoso profanar dos homens...
Prazer em conhece-los.
(escrito em 2000)