Antigamente

Sou dos tempos antigos.

Quando as pessoas se respeitavam. Não mais. Apenas se respeitavam.

Tempo em que filho não encarava o pai e tinha por ele consideração.

Dias em que responder aos pais era considerada falta gravíssima, punida com uma boa surra.

Isso era melhor ou pior? Não sei. Sei que eram bons tempos.

Quando uma mulher entrava em um ônibus, por exemplo, alguém lhe cedia o lugar. E isso não aconteceu 100 anos atrás. Foi mais recente.

Um senhor ou uma senhora eram tratados com distinção, pois refletiam a experiência viva, que poderia ser repassada a outros.

Quando alguém dirigia alguma gracinha a uma mulher que passava pela rua, gerava constrangimento.

Isso era melhor ou pior? Não sei. Sei que eram bons tempos.

Famílias eram consideradas verdadeiras células da sociedade, pois formavam a sua base.

Acordos eram feitos e cumpridos, sem que se precisasse de uma assinatura.

Escola era lugar para se aprender a ler, escrever e ter educação. Quantas vezes ouvi, “menino sem educação, você não foi à escola, não?”.

Isso era melhor ou pior? Não sei. Sei que eram bons tempos.

Quando se ia à uma festa, só se comia quando autorizado pelos pais.

A hora da refeição era sagrada. Fazia-se silêncio. Desligava-se a televisão, rádio e o que mais fizesse barulho. Tirava-se o chapéu, boné etc.

Pedia-se a benção ao pai, à mãe, avós etc.

Isso era melhor ou pior? Não sei. Sei que eram bons tempos.