Acredito!
Acredito nos homens. Acredito no poder que temos de concretizar em planos o que os sonhos certa vez viram como impossível. Ganhamos os oceanos e os céus, fomos além, conhecemos outros planetas e nos debruçamos sobre o átomo.
Conseguimos feitos incríveis e demonstramos que ‘impossível’ é apenas uma grande palavra, que enche a boca daqueles que não se sentem capazes de fazer a diferença, de lutar, de suar a camisa, de misturar lágrimas e suor pela mudança – por suas idéias e seus ideais.
Existem palavras muito mais doces aos lábios de qualquer ser vivente. Palavras que nos escapam, nos fogem, que ganham e perdem sentido ao sabor do sentir. Onde a razão não é domínio certo, é dominada. Onde a cabeça silencia – e o batimento do peito urge, grita e se faz maior.
Somos mais, somos maiores e melhores uns com os outros, porque coexistimos. Porque não vivemos por nós mesmos – nem somos capazes. Precisamos dos outros e, mais do que isso, queremos os outros em nossas vidas.
Os convidamos, contamos nossas histórias, esperamos que um dia integremos as do próximo e tentamos encontrar em outra pessoa aquele brilho de lucidez que há tempos está perdido.
Está perdido, está tudo tão perdido, que parece até um sonho se permitir sonhar. Parece mais uma vez aquela palavra grande. Mas não é, não pode ser: está sendo assim e está deixando de ser também.
Acredito que um dia seremos capazes de convencer a nós mesmos que não precisamos de tanto medo, desse receio, dessa insegurança de olhar nos olhos do outro.
Um dia seremos suficientemente maduros para entender que não podemos ter mais do que precisamos enquanto outros milhões no mundo precisam de mais do que podem ter.
O mundo insiste em ser o mesmo e as palavras fogem dos nossos lábios quando vemos atrocidades nos jornais, quando nos debruçamos nas páginas sangrentas de noticiários, do dia-a-dia que nos faz menores.
E onde é que vamos parar? Eu não tenho, eu não quero ter respostas, quero construí-las, quero conhecer principalmente as minhas perguntas. E quero que seja impossível pensar que fazer a diferença é impossível. Mais do que nos homens, acredito que é meu dever não deixar de acreditar.