Sermão (R29)
Tornamo-nos escravos de nossas idéias, ou então de nossos pensamentos quando o represamos em nossa mente, lá no subconsciente.
Só nos libertamos quando liberamos os sentimentos contidos no cárcere do crânio humano: nossa mente.
Há necessidade do ser humano se libertar das imagens mentais, buscar o seu eu dentro do mundo e da sociedade. Mas uma coisa é certa, expor as idéias e os sentimentos não é fácil, mas a vida é assim, cheia de curvas e entraves, que temos que aprender a transpor de acordo com nosso desígnio e capacidade, adquirindo experiências no colégio da vida.
O escritor está sempre pronto a fazer a exposição de suas idéias, mais como uma opinião clara da visão de mundo sobre determinados assuntos que assolam a existência: a pobreza, a fome, enfim a miséria.
Não só a miséria da vida, a miséria da humanidade, bem como a miséria intelectual e entre todas elas, a mais importante, a miséria espiritual.
O escritor não tem a finalidade de doutrinar, por que o ser humano tem a faculdade de escolher aquilo que acha ser o alimento do seu aprendizado vivencial. Uma vez que, quando queremos doutrinar, querendo ou não, atraímos fanáticos que procuram distorcer o cunho da objetividade de qualquer trabalho, seja na ordem religiosa, política, esportiva e qualquer outra ordem.
Não é o caso de um escritor, que só tem o objetivo de por em prática escrita aquilo que sua mente absorve em toda a sua existência e por em forma de documento suas opiniões e angústias diante da vida, diante do mundo.
Alexandre Brussolo