Matando as horas

Há um extremo exagero em tudo o que fazemos. “A raça humana exagera tudo: seus heróis, seus inimigos, sua importância...”.

Achamos-nos tão superiores por ter consciência do que fazemos, conscientemente matamos os nossos de fome, enfiamos facas em corações alheios. E criamos deuses para que nos punam e nos amem. Porém a metade de nossos atos já seria o bastante para fazer com que esses nossos deuses vomitassem.

Se houvesse realmente um céu, Deus se quer perderia tempo com a raça humana, creio que cuidaria dos irracionais, pois eles sim precisam de amparo, contra toda nossa maldade. A nós ele já deu o bastante para que nos virássemos temos casas, isqueiro, TV a cabo...

Para a gente os sete palmos já é um bom fim, pouco choro, algum drama e termina assim. Inventamos um “pós-fim”. Mas quando as luzes realmente se apagarem nem sós estaremos, pois não estaremos mais em lugar nenhum.

O objetivo dessa grande brincadeira é aproveitar ao máximo o que há de bom. Passamos nossos dias matando horas, buscado uma ou duas horas boas no dia, o problema é quando matamo-las todas. E a vida acaba e só o que resta é o sangue de todas essas horas nas mãos e nada mais.

10-05/2010