Imortalidade
Imortalidade
Meu rosto, meu corpo, meu cabelo
Nada será eterno.
O que não vira lama torna - se cinzas
E não queima na brutal invenção do inferno.
Minha voz, esta que agora canta
Se silenciará daqui a alguns anos
E minhas mãos, escravas do pensamento,
Deixará vaga na folha branca.
Sobre o meu peito haverá cravos
E as rosas serão postas
Mortas ao meu lado.
Que será eterno, meu Deus, além desses versos
E outros inventados?
Nana Pedreira.