A Dor Dolorida
Já faz alguns anos externei com as palavras escritas a dor do sofrimento causado por diversos motivos. O sofrimento é uma oração magnífica, pela qual sou amante e valorizo imensamente. Não é fácil viver o sofrimento, valorizar cada instante da dor causada por ele. Partilho esse pensamento...
Existem coisas difíceis de explicar. Outras ainda que se tornam inexplicáveis. A dor que não se revela com nenhum tipo de nome é a mais dolorida delas. Mas ela tem seu grau de importância. É invisível, e por isso acredito na sua importância. A raposa da obra “O Pequeno Príncipe” deixa bem clara essa importância: “O essencial é invisível aos olhos”. A dor sem nome, por ser invisível, é essencial. Ela, entretanto, provoca a lágrima mais pesada que já poderia existir: a lágrima mais pesada é aquela que não pode ser vista nem notada. Dói, não se sabe dizer o quanto; chora-se, não se sabe dizer o quanto; aperta porque é melhor não ser percebida, não se sabe dizer, nem avaliar, nem precisar o quanto incomoda. Faço dessas minhas lágrimas que agora caem involuntariamente, minha prece de entrega total a Deus, que, sendo sabedoria e consolo, permite-se acontecer na minha vida de maneira ímpar. Ao Pai Eterno minha entrega de filho indigno. Aos mártires e a todos os que sofreram pela causa do Reino de Deus, como Maria e os apóstolos, minhas lágrimas de dor se juntando às suas.
Minhas lágrimas de dor hão de banhar meu jardim fecundo de missão evangelizadora no serviço de Deus.
Somente quem conheceu o nada pode valorizar o tudo.