Meu mundo.
Quando penso em mudar, sair da concha; percebo que em nada desejo
Me expor; não quero minha casca obstruir.
Tenho um humor inconstante, e vejo antes que passe um instante
O pouco do que eu pensava ser uma montanha de paciência, ruir.
Escondo minha dor sob capa de infindáveis sorrisos.
Sempre que preciso destes sorrisos minha fantasia favorita;
Com ela me desobrigo a responder quaisquer questionamentos.
E, mesmo quase sem tempo, livro-me do tormento me fazendo invisível;
E aos olhares curiosos - porém desinteressados, deixo de existir.
Neste mundo de seres que pensam que ser incomum é anormal,
Ser anti-social anda léguas da significância, do sentido do
Que é legal.
Mas não há espaço para rostos que demonstrem constante tranqüilidade,
Ou que se exibam como são - imperfeitos como os demais.
Em um mundo de extremos, e ocultos, e fingidos, e fantasticamente
Normais, reinam muitas teorias.
Solidariedade e respeito são bonitos nomes de um vasto vocabulário;
Compreensão e amor, só aos que me são semelhantes; e aos que se
Mostram perfeitinhos...
Mas não há meios de serem aceitos os que não escondem suas dores
Ou delicias quando se tem vontade...
Não há lugar para os que não exibam um sorriso escancarado,
Mesmo que seja a fingir ser detentor de suposta alegria;
ou possua qualquer outra coisa, exceto verdade.