Me liberto

Foi caminhando que resolvi olhar para trás, para descobrir o que me segurava o passo. E foi com muito espanto que vi o que me pesava tanto, um esqueleto, desses que deveriam habitar somente as tumbas. Mas encarar esse esqueleto que havia se agarrado a mim, e não era meu, foi excelente oportunidade para me desvencilhar dele. Foi com enorme alívio que depositei esse esqueleto no poço sem fundo e seco que me consumiu a vida toda tentando plantar um jardim no entorno. Então agora estou parada a beira do caminho, começando a entender que posso resolver ir para qualquer lado... Que não preciso me mostrar perfeita, altiva para ninguém. Não preciso agradar ninguém, porque nunca foi o suficiente, nada nunca pela vida toda fez diferença, não era eu, nunca foi minha culpa. Descobri que posso ser de carne e osso, imperfeita, normal como qualquer um. Posso ficar na média e posso até ser feliz, ter momentos de felicidade que isso não vai ofender ninguém. Ual, posso até escolher ser infeliz, ficar triste as vezes... E o melhor de tudo: Isso é só escolha minha!

Diana da Lua
Enviado por Diana da Lua em 06/05/2010
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