MÁRCIO.
MÁRCIO.
Os maços de minha Vida se acumulam,
Se juntam às lembranças, às saudades.
As carteiras vazias de minha Alma vadia
Vão sendo guiadas pela fumaça do tempo
E um vento de inverno assopra meu fôlego.
Falta-me ar, falta-me carne...
Sobra-me fé e, acho, força.
Aquelas pessoas de verdades estrábicas,
Mentindo náuseas frente à hipocrisia dos reflexos,
Não sabem da minha guerra visceral e antiga,
Onde eu sou a luta e a missão em si.
Seus olhos nada me dizem,
Suas bocas cospem mágoas e vomitam sangue azul
E nenhum destes elementos, tão amorosos, abrem mão do soco,
Naquele instante em que os órgãos trocam os seus lugares.
Meus amigos se enforcaram com os intestinos do mundo,
Meus familiares se perderam com os organismos do egoísmo,
Talvez pela falta de informação, eles não reagiram,
E eu, cá estou, márcio de mim e com um sorriso no bolso.
Nem sempre pra camuflar dores, nem sempre fajuto,
Preciso forçar as pernas, os passos, os rumos desta catástrofe.
Aquela Aliança está naquela caixa vermelha
Que, tenho certeza, tu se lembras,
Porque minhas árvores caem na minha floresta, mesmo que não haja quem veja
E quando a brasa se aproxima do filtro é hora de refletir.
Eu sou muito maior do que todas estas iminências.
Permaneço no outono, aguardando uma primavera quase utópica.
Não sei se precisava ter dito tudo que tu ouvistes,
Bem diante de teu ego inalcançável e antes oculto,
E se minha voz não chega até o teu, tão juvenil, Espírito,
É porque nossas fronteiras cresceram mais do que supunha.
Continuo com minha doença acesa
E não oscilo entre pular e fugir pro caderno.
Sou dono de mim, puxo os meus gatilhos
E me rasuro quantas vezes forem necessárias,
Pra que, no fim, eu não tenha mais dúvidas por herança
Nestas minhas páginas de literatura às margens dos riscos.
Márcio. 11.07.2009.
ADIANTE SEMPRE!