Do nada que temos
Nada temos, nada somos, nada fazemos. Vivemos a vida num nada constante que, às vezes, nos permite alguns momentos em que nos enchemos de fantasias de algo mais possa acontecer. E esse algo, pouco depois, vira parte do mesmo nada.
As sensações, aquelas que povoam a mente, são contrários inevitáveis. Parecem ferver à distância, alimentada pela ignorância dos fatos que, de perto, são mais reais que o próprio encontro e causam tantos desencontros quanto as incertezas, vertentes do vazio.
Daí, é a solidão. A impressão de que tudo não passou de um desejo sonhado, de outra fuga mal sucedida, de outra questão sem nenhuma resposta. E no nada de tantos supostos, numa rotina original e ordinária, vivencio o nada que temos nessa constância intermediária...