DE LAGARTA ÀS ASAS DA BORBOLETA

Houve um tempo em que eu era lagarta e só lamuriava meu destino: arrastar-me sobre a terra e enxergar quase nada, além do meu assombroso corpo.

Houve um tempo em que me percebi encerrada num casulo, sem sequer distinguir minhas próprias pernas.

Houve um tempo em que cheguei a sentir saudades do meu arrastar sobre a terra.

E, quando arrazoei que meu tempo estivesse acabado, o aterrorizante casulo presenteou-me com um minúsculo facho de luz e este facho foi se ampliando, até que iluminou por completo o novo campo visual que se desvelava sob minhas asas trazendo imagens que meus olhos jamais haviam alcançado.

Embora não muito longo, foi nesse tempo que apreendi o sentido da vida.

heleida nobrega
Enviado por heleida nobrega em 29/04/2010
Código do texto: T2226544
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