Artificiais
O tempo arromba as portas do silêncio;
Calado, a vida se dissolve em pura introspecção;
É como conhecer a si próprio, como a palma da própria mão.
Enquanto o mundo é mundo, e gira,
Me conservo longe e seguro,
Apoiado em raros momentos inesquecíveis,
Que não recordo no momento.
Mesmo com portas escancaradas, as janelas é que me atraem;
Delas observo o silêncio do mundo lá embaixo,
Sob a luz fria de lamparinas artificiais.
À noite me aproximo do horizonte;
Sinto como se estivesse voando sobre a cidade,
Sobre estrelas feitas pelo Homem,
Aguardando breve amanhecer.