Ensaio dois da eloquente lucidez

As pessoas me acham diferente.

Louca? Talvez.

Normal? Nunca.

Sou normal. Afirmo.

Gosto da água, do gelo, do vapor.

Também gosto da brisa.

E enxergo o orvalho.

Enxergo até o ar, principalmente quando está enfumaçado.

Faz desenhos lindos.

Intocáveis.

Sou normal na medida em que o universo também o é.

Sou louca na proporção em que a natureza o é.

Odeio padrões.

Por isso cozinho com a má vontade que Deus me deu.

E como com a boa vontade que Deus também me deu.

Já fui esquelética. Sei lá quando.

Há muito tempo, isto garanto.

De todos os meus ensaios o que mais me apaixonei

foi pelo ensaio da tênue lucidez.

Onde o infinito é muito além de qualquer vã filosofia.

Sempre penso.

Antes, durante e depois.

Amém!