Ás vezes, é preciso ser imortal.

Eu morri.

Foi tipo um assassinato... Bem vagaroso bem doloroso.

Eu morri.

Mas não foi a primeira vez...

Isso é tudo que você tem?

Então, pode me matar mais umas duas vezes essa semana.

E eu vou simplesmente levantar de novo.

Ele levanta.

Sangue nas mãos, sua blusa branca complemente manchada. Ele arranca a faca do peito, joga no chão. O sangue jorra.

Então ele dá as costas, e parte. Passos firmes, lágrimas nos olhos.

Mão fechada.

Ele começa a correr, às vezes é preciso correr.

As vezes é preciso dar as costas.

Nem doeu tanto assim doeu? Foi só mais uma queda.

E o que é uma queda pra quem já caiu tantas vezes?

E o que é uma morte?

Havia uma rosa no meio do caminho.

Será que era apenas mais uma rosa comum?

Eu não sei, mas eu estou deixando minhas dúvidas, para trás.

Levante-se.

Não precisa correr mais, você já está longe.

Olhe o horizonte, só existe uma estrada: pra frente...

Já da pra sentir cicatrizando.

Às vezes, é preciso ser imortal.

Mesmo que você não seja.

Ás vezes simplesmente é preciso ser.

Oito
Enviado por Oito em 22/04/2010
Código do texto: T2211620