Um pequeno espaço de paz....
O tempo passou, e eu me senti sozinha, em meu peito senti o tempo me consumir sem modéstia, correu rápido por mim sem que eu o percebesse, e pensei, sei quem sou e o que quero.
Às vezes impotente é o que senti ser, diante da vida nada poder, chorei em silencio em minha alma, senti meu peito ferido e chorei no colo da noite, senti meu sonho perdido e pensei por que chorei e se chorei porque lágrimas era tudo que tinha.
Fito o horizonte longínquo e imagino... onde me levaria? por qual estrada eu iria? caso tivesse coragem para persegui-lo, onde agora estaria eu? imagino.
Foram pequenos os momentos da minha vida, resumidos em um passo de cada vez, fui de encontro ao misterioso escuro que traz o futuro, e agora o que quero ver eu procuro, e às vezes nada vejo, e penso que nada sei sobre mim e sobre nada sei.
Respiro fundo, sinto a energia no ar e a vida dança com leveza, respiro, e meu peito se enche de paz, renovo meu ser, respiro, e a tristeza se vai num suspiro e sinto o prazer, sinto a presença, e então penso que tanto faz quanto passa o tempo, e tanto faz quem sabe de meu sonho, me lembro que tudo que tenho é um momento, um único, o próximo poderá vir ou não, quem saberá? Nem eu nem outrem.
Respiro e me lembro da esperança, que cheia de promessas trará o próximo momento, enquanto me maravilho com o milagre da vida ao meu redor, e não choro mais, não mais pela lâmina que me feriu, não mais pelo cristal partido, e que os momentos que encontrarei tragam lágrimas, mas que sejam doces e sutis, para que meu coração não se entristeça com dores inúteis ou fúteis que calam minha poesia.