Vidas em chamas
Ela acorda agitada, no seu quarto mal arrumado,
continuaria assim por muitas horas, ou dias indefinidos,
muitas indefinições também tua permanência ali,
teu nome, Helena, mas iguais à ela são muitas,
porque o envolvimento com as drogas se alastram,
enfim são infinidades de Helenas por aí,
Helena, a nossa personagem, jovem bonita
há poucos dias tinha completado apenas 20 anos,
naquele quarto estava só, uma imensa tristeza a consumia,
teu corpo quase inteiramente necessitava da droga,
o maldito vício, era só e único anseio que a jovem tinha,
logo o traficante iria lhe trazer as pedras maléficas,
que ele mesmo a atraiu, depois o consumo, depois a escravidão,
ela não possuía o dinheiro para adquirir o produto,
mas seu corpo ainda muito belo servia para a insensata troca,
então Helena estava ali, suplicante para consumir a droga,
aparentes inofensivas pedrinhas, mas que exercia um domínio arrasador,
deixando o corpo em agitação incontrolável, o insensível craque,
esta jovem outrora já fora feliz, convivia com sua família,
nos momentos felizes ou nos muitos infelizes de maneira normais,
mas houve um dia em que experimentou as pedras,
os envolvimentos maléficos apoderaram de seu corpo e toda sua mente,
as inevitáveis brigas com seus pais e irmãos foram inexoráveis,
como foi inevitável a separação do lar, onde poderia existir o céu,
Helena absorta fazia aquela reflexão naquela manhã,
houvera muitas manhãs em que saía determinada,
abandonaria as drogas, abandonaria os “amigos” daqueles instantes,
mas, era incrível, o domínio do vício cruel a acorrentava,
as correntes eram poderosíssimas, a procura pelas drogas continuava,
mas acontece que a reflexão naquela manhã tinha algo diferente,
ela estava grávida, um ser estava no teu ventre,
os “amigos” a incentivava a abortar, porque as drogas a acompanharia,
entretanto havia algo em que aquela jovem acreditava,
na força do amor, ela ainda tinha a chama da bondade dentro de si,
aquele filho ia viver longe das drogas, longe daqueles “amigos”,
e nessa bela manhã ela sai, trôpega, no caminho tenta só ver belezas,
as flores, os animais livres, tenta ver nas pessoas o bem existente,
uma força irresistível a faz encaminhar para uma clínica de recuperação,
Meu Deus! Ela conseguirá, depois dali um novo ser, livre do mal?
Quantas Helenas, que não atrevo em pensar que não conseguirão!...