Orgulho ferido.

A cada dia eu me sinto pior. Como se não fosse suficiente estar passando por cada ponta de agonia. Não acho que seja um motivo para chorar. Lágrimas são inúteis, a não ser que se queira borrar o rímel. É melhor eu entrar no seu riso irônico. Não quero ferir meu orgulho. Isso está me matando. Não sei quanto tempo poderei resistir. Me render? Jamais. Eu estava no auge.

No começo foi algo sem importância. Mas quando se tornou real, eu controlava. E você morria de amor por mim, enquanto eu te traia com o vizinho, com qualquer idiota que aparecesse na esquina. Você com a circunferencia da sua letra em cada carta me matava. Eu queimava todas. Eu fingia que te amava, mas eu só te desprezava. Você não percebia.

Mas, parece que quando você está ganhando no jogo, um único movimento pode colocar tudo em risco.

Eu sabia que se te chutasse. Você iria chorar, tanto, não saberia mais respirar sem a minha ajuda. Imploraria por mim. Sofreria por dentro.

No começo foi assim. Eu parecia uma víbora manipuladora.

Mas você foi forte, e eu, sedenta de orgulho.

Mas com a ajuda de muitos, você se recuperou. E agora você nem olha mais para mim.

E agora me destruiu.

Nunca achei que pudessem me pisar, mas você o fez.

Nunca achei que pudessem tirar meus sorrisos, mas você tirou.

Nunca achei que pudessem me desprezar, mas você desprezou.

Nunca achei, que pudessem me esquecer mas você esqueceu.

Não posso mais te procurar.

E agora, o arrependimento tomou conta de mim. Você não suporta os meus pedidos de desculpa, e hoje, não me recupero, não me conformo.

O erro tolo e mais imbecil.

Eu te perdi para sempre.

E agora eu fico só...Com o timbre da música, com a casa vazia, com os gritos do silêncio.

Apenas com meu orgulho ferido.

Lívia Rodrigues Black
Enviado por Lívia Rodrigues Black em 11/04/2010
Código do texto: T2191073
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