Perdas e derrotas

Perder faz parte da vida. Ser um derrotado, é escolha.

Como não sou profundamente versado nas artes da interpretação da mente, só posso lançar meu olhar curioso sobre os fatos, e partir da experiência própria. Provavelmente, o que digo não vai além do senso comum. Mas o atrevimento me permite dar opinião sobre muitas coisas que não são de minha alçada.

Bem, hoje quero falar coisas inerentes à vida. Como já falei no início, sobre perdas. O que é realmente perder, e o que é realmente ser derrotado.

Como tudo na vida, perder e ganhar fazem parte de um processo educativo. Isso é, para quem consegue perceber essa sutileza da existência. Ao se perder alguma coisa, seja ela material ou emocional, quem tem discernimento, tirará o time de campo, e planejará melhor sua vida. Quem não sabe, se torna um derrotado. E aí sim, tudo complica.

Os derrotados, geralmente são aquelas pessoas que vivem se lamentando da vida. E aquele seu colega que, não tendo conseguido uma promoção no trabalho, imagina mil teorias conspiratórias, acha que foi injustiçado e não raro, apela para os subterfúgios mais patéticos de justificativa.

Os derrotados vivem angustiados. Sim. Se formos imaginar uma figura física para sua aparência psicológica, seria como uma banda de emo-core. Com suas franginhas tingidas, os olhos carregados de crayon preto, cantando letras magoadas e vazias. O mais perto que eles irão parar, com certeza, é no abismo. E provavelmente, arrastarão alguém junto.

E típico do derrotado, o comportamento desleal. Não sendo eles capazes de se trabalharem e crescerem, tentam limitar qualquer possibilidade de crescimento de outra pessoa. Atacam sempre com críticas ofensivas, com expedientes desonestos e assim, se acham vingados por um tempo. Mas quando percebem que isso não acrescentou nada em suas vidas, entram em profundo remorso. Infelizmente, esse, o remorso, não ataca a maioria.

Já quem perde, tem a característica de não desistir. Tem objetivos, e não se importam muito com os derrotados. Para eles, cada queda, significa uma oportunidade de crescerem. Perder hoje, significa para eles, estar mais atentos amanhã. Se a perda é de alguém, certamente chorará quanto for preciso, mas terá na mente que a vida continua, e um dia, voltará aos seus trilhos, mesmo com a saudade pulsando.

Mas não se engane o leitor, achando que o mundo está dividido dessa forma, com limites bem traçados. Nós, todos, temos de perdedor e de derrotado. Lançamos mão de nossa amargura, para compensar nossas perdas, mas também conseguimos vislumbrar as possibilidades de crescimento após uma perda.

O segredo de tudo está, no bom e velho equilíbrio. Cada um sabe para onde sua balança pende mais. E após se fazer essa análise, é importante entendermos o que, de fato, estamos fazendo com nossas vidas. Tudo é escolha.

Entretanto, ainda há que se entender a vitória. Ganhar, é bom (honestamente). Mas há de se ter cuidado, para que saibamos conviver com as perdas. E ainda, evitar que nos transformemos em pavões insuportáveis. Pois pior que um derrotado que lamenta, é um pavão que se auto-proclama senhor da verdade.

O importante, em tudo, é saber-se o limite. Há coisas, que não são para nós ou que não necessariamente, nos fariam felizes. Perder, também exige discernimento. Não adiante se insistir em uma coisa que, no final, não compensará o esforço empregado.

Fica a sugestão: prepare-se para a vida. Tudo é muito incerto. Mas com tudo se pode aprender.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 17/08/2006
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