INCONFESSÁVEL

Nas mal traçadas linhas de minha vida

Escritas numa folha em branco com tinta vermelha

Sem pautas, nem bordas

Apoiada na mesa bamba

Pelo piso irregular

Da senzala fria e escura que aprisiona meus temores

Nesses porões féticos do inconfessável

Repousam os meus pecados

Em profundo silêncio

Que às vezes despertam aos gritos

Ecoando no túnel do tempo da memória

Apunhalando a consciência

E derramando o o sangue da culpa

Que borra a folha em branco

Mas posso virar a página

Abrir uma nova folha em branco

Trancar a senzala novamente

E continuar escrevendo a história

Até que um novo monstro desperte

E eu consiga dominá-lo, libertá-lo

E finalmente, perdoar-me

Luazul
Enviado por Luazul em 08/04/2010
Reeditado em 08/04/2010
Código do texto: T2185023
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.