RENUNCIA OU ESCOLHA ?

Comento a um amigo que

Lamenta-se das suas dores

Num monento de confissão.

Conheço esse caminho

O percorri a um tempo atrás

Mas ainda parece-me tão ontem

Que nem o gosto do sal

Das minhas lagrimas

Ausentou-se do meu paladar

As cicatrizes hoje no tom rosa

De tão novas que ainda são

Lembram-me a cada noite

Das feridas abertas no passado

Momentos de solidão interna

Remediavam-me com o soro do silencio externo

E o escuro canto frio do quarto

Mas o sono me era tão raro

Que só apresentava-se

Quando o coração calava

Seus gritos de desespero ao amanhecer

Como é difícil desconstruir um amor!

Sua imagem na despedida foi imortalizada

Duramente exposta diante de mim

Jamais esquecerei aquele olhar

Conseqüente da minha escolha

Passou como tudo na vida, passou!

Hoje, num comportamento isolador

Ou auto proteção, não sei adjetivar

Limito-me as fronteira cujos sentimentos

São passiveis de controle, se é que é possível

Não sei!

Sei que os muros estão diante de mim

Construídos pela razão de forma inconsciente

Numa tentativa de proteção

Mas proteger-se de amar, é proteger-se da vida

Tenho ciência!

Levo desse jeito, até quando? Até onde?

Não tenho respostas, vou caminhando

Em paz, e feliz com essa escolha

Se é que alguém pode ser feliz escolhendo não amar

Do amor que falo só os meus muros ditaram

O tempo de reviver

Espero eu não ser aqui a escrever

A reencarnação de um arquiteto chinês

Enquanto não acontecer vou vivendo

Minhas outras ramificações amorosas

Filhos, parentes, amigos etc.

Sem esquecer-me, é claro!

Pois o primordial de todos os sentimentos

É o amor próprio.

Echel Noluse
Enviado por Echel Noluse em 06/04/2010
Reeditado em 06/04/2010
Código do texto: T2180987
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