21° Andar
Da cobertura do prédio fico a observar as luzes da cidade e seus habitantes em suas vidas abastardadas. O céu está negro, não vejo a lua nem as estrelas, nesta noite pesadas nuvens me afastam do meu júri celeste.
Envolto em meus pensamentos sou surpreendido por uma suave fragrância trazida pela brisa noturna. Imediatamente sou transportado para um passado que insiste em viver dentro de mim ! ainda
me lembro do seu sorriso, da intensidade de seus olhos e de toda alegria que sentia quando observava o teu despertar em meu abraço.
Recordo-me de tantos planos feitos que nunca chegaram a se realizar, com as tintas da ilusão pintei o mais lindo dos quadros e carregava a certeza de que em algum lugar aquela paisagem seria real.
Um questionamento desfaz o nó em minha garganta: Por quê ?
Compenetrado em minha indignação, não percebo que uma lágrima escorre em meu rosto quebrando de forma silenciosa uma promessa feita e refeita; me recomponho e deixo que a brisa noturna leve meus pensamentos para longe.
Não procuro mais ser ouvido, não busco mais a coerência em minhas palávras, se existe uma razão ou uma explicação essa me foi negada. Uma gota de chuva cai em meu rosto, uma chuva de lágrimas
começa como um sinal que não estou sozinho em minha dor, em minha solidão.
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