Tricotomias Freudianas!!!
É interessante o quadro da personalidade humana apresentado por Freud o qual descrevia uma tensão entre o ego e o superego do homem civilizado e sua porção mais primitiva, o id. O id permanecia oculto ou reprimido no ser humano saudável normal. “O ego representa o que se pode chamar de razão e deliberação”, escreveu Freud em um de seus trabalhos posteriores, “em contraste com o id, que contém as paixões”. Essa tricotomia Freudiana lembra-me demais a tricotomia criada pelo apóstolo Paulo (o qual era também judeu, assim como Freud) de “corpo-alma-espírito” (e sua luta interiorizada entre os desejos do corpo e a vontade da razão inspirada por Deus); recorda-me também a de Platão o qual criou e desenvolveu sua tricotomia para dividir a sociedade aristocrática ao qual ele sonhava, em sua obra “A República”.
Certamente Freud deve ter lido bastante Schopenhauer para engendrar e descrever sua tricotomia. E não duvido de que também ele não tenha lido bastante as análises e interpretações do filósofo Nietzsche, o qual discorre inúmeras vezes sobre o ego, o inconsciente, os impulsos humanos, a questão do sonho, a morte de Deus, que Freud chama de Parricídio para descrever as cicatrizes e os grandes problemas da sociedade que a perseguem desde a sua origem. E Nietzsche certamente foi bastante influenciado por Max Stirner, o qual celebra e santifica o egoísmo em sua forma mais pura e individualista.