SPINOZA OU "O OCEANO"
 
Um olhar por cima sobre a teoria da substância ou “A manta que envolve, mas não encerra”



• Como substância representativa do “todo”, pura imanência perpétua de energia, Deus está além das explicações possíveis do intelecto, mesmo por que este foge a sua “significação inicial”(não é possível descrever aquilo que não foi vivido) pois, se refere sempre a seus afetos (afecções) e a essência (sentido) contida no mesmo, da qual nossa linguagem cria simbologias, onde se realiza a interação com o mundo e desta interatividade, criamos a necessidade do “entender” pela consciência. Podemos acolher a idéia de que a alma humana está no intelecto, o corpo por sua vez é contido por uma infinidade de corpos ligados entre si numa luta incessante pela “sobrevivência” da estrutura.

• A imanência a qual Deus é significado por Spinoza orienta-nos a perceber “aquilo que envolve”, ou usando analogias, como se a substância infinita (Deus) fosse o Oceano e nós e as coisas, aquilo que é envolvido pela água. Não há necessidade de se procurar saber que na água os seres não a percebem no seu contexto de “partes dela”, apesar de necessitarem dela para ser e existir. No caso de nós e outros seres, esta mesma alegoria, pode ter o significado “divino” anteriormente descrito. Não vemos, não podemos tocar, não queremos perder a confiança, mas duvidamos, e queremos sempre buscar... num calar infinito Deus é a vida e esta é a sua substância infinita. louvado seja aqueles que Criam...seria uma conotação mais próxima da Grande Força.

• Devemos no ater a um ponto de vista interessante, de que Espinosa não parece ser de modo algum Panteísta, creio mais profundamente na sua orientação espacial e visão da totalidade como algo completamente “natural”. Sua expressão “Deus” é a palavra esotérica para Natureza e suas continuações infinitas. Por que se acaso fosse, não haveria de buscar formulas proposicionais tão geometricamente exatas para elucidar algo que é infinito em sua extensão, e ainda não sensível.