Alma e Escrita
Sou um coração,
Alheio aos acontecimentos dos dias que se seguem,
Sou a margem de um rio, que corta meu peito,
Sou mar aberto, sou arquipélago, sou o estreito,
Entoa em minha voz, a canção,
Que fiz para celebrar minha morte,
No infortúnio de cada passo,
Sigo cambaleante sempre à volta de minhas pegadas.
Sou abismo submerso em desejos,
Sou cânion de todos os sonhos esquecidos,
Visto de longe, sou paisagem,
De perto, uma miragem no deserto.
Meus dedos tateiam na escuridão,
Buscando alcançar minha alma,
Esta por sua vez se perdeu,
No corpo, de um sorriso desconhecido.
Em cada canto deste universo,
Pelos quatro cantos da terra,
Minhas palavras escritas,
Povoam a mente de almas sonhadoras.
A pena que uso para escrever,
Não derrama tinta por sobre o papel,
Derramam sentimentos escondidos nas lembranças,
Sonhos que encontro em cada esquinas,
Quando nada mais existir,
Ficará minhas memórias escritas em algum muro,
E quem tiver olhos, verá,
Que em cada frase, um pedaço de mim restará,
E, estarei por inteiro, nos grupos que as recitar.