Das campinas ao vale...

07:54

Eu seguia sentido ao trabalho, com uma mochila enorme nas costas enquanto escutava "A fine frenzy", e num piscar de olhos, uma avenida me transportava às campinas!

Aquilo foi me trazendo lembranças que há alguns meses eu tentara tirar de minha vida.

Às vezes a saudade machuca tanto, que preferimos sepultar tudo quanto é imagem, até que tudo se cure outra vez, fazendo assim, você tirar do baú as lembranças mais lindas que já teve em sua vida, até aquele momento.

Eu comecei a chorar e ali percebi que ninguém tem esse poder de enterrar nada e que elas irão permanecer sempre lá.

Não pude suportar olhar para a cara da minha filha que com aquele gigantesco óculos de sol fingia não se importar a minha partida.

Ah! Se pudéssemos juntar todos que amamos tudo pertinho de nós!!

Lá, quando eu olhava algum playground, logo me transportava ao vale do Rio Doce e eu sentia cheiro de crianças. Romero, Gabriel (...), e eu chorava tanto lamentando em não ter um só pequeno por perto para abraçar...

Aqui, quando eu olhar para aquela avenida, saberei que logo estarei no parque Prado e que mais um pouquinho chegarei as Oliveiras... Será?

Estou fazendo a coisa certa agora? Estou num lugar que realmente pertenço?

Talvez nunca vá saber.

Talvez eu não pertença a lugar algum (...)

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Gabriella Gilmore
Enviado por Gabriella Gilmore em 25/03/2010
Reeditado em 29/01/2018
Código do texto: T2158129
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