A caverna

Uma caverna esconde minha treva,

Enquanto a máscara sobre minha face exibe

Minha luz, mesmo um tanto opaca.

Essa coisa louca que sinto,

Um (sempre) desconfiado instinto.

Uma luta infindável.

Falta de vontade não; mas uma inexistência

De coragem em me abrir, em me expor.

Temo pelo resultado, pelos olhos críticos,

Temo pela exclusão.

Essa minha teoria de que confiar no ser humano

Leva apenas a um ledo engano, na prática, é

Uma “inverdade”.

Queria mesmo me sentir a vontade.

Agir como outros, que visitam, e são visitados

Pelos amigos.

Entretanto, não sou assim.

Não sei bem se devo mudar, pois,

Penso proteger os outros da minha treva.

Deixo transparecer apenas minha luz.

E rezo, suplico a Jesus,

Que me guie, noite e dia sem cessar,

Para que um dia eu não tenha mais cruz,

Mais treva a carregar;

Para que eu não tenha mais do que me envergonhar.

nouvellelune
Enviado por nouvellelune em 22/03/2010
Código do texto: T2152627
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