A caverna
Uma caverna esconde minha treva,
Enquanto a máscara sobre minha face exibe
Minha luz, mesmo um tanto opaca.
Essa coisa louca que sinto,
Um (sempre) desconfiado instinto.
Uma luta infindável.
Falta de vontade não; mas uma inexistência
De coragem em me abrir, em me expor.
Temo pelo resultado, pelos olhos críticos,
Temo pela exclusão.
Essa minha teoria de que confiar no ser humano
Leva apenas a um ledo engano, na prática, é
Uma “inverdade”.
Queria mesmo me sentir a vontade.
Agir como outros, que visitam, e são visitados
Pelos amigos.
Entretanto, não sou assim.
Não sei bem se devo mudar, pois,
Penso proteger os outros da minha treva.
Deixo transparecer apenas minha luz.
E rezo, suplico a Jesus,
Que me guie, noite e dia sem cessar,
Para que um dia eu não tenha mais cruz,
Mais treva a carregar;
Para que eu não tenha mais do que me envergonhar.