SÉRIE ALMAS PEQUENAS Nº 29 - A BAJULAÇÃO

Algumas almas nascem para ser sol, outras despontam como sombra;

E a esta última nada assombra, exceto a impossibilidade de adular;

Personalidade não há, desamor próprio que de si mesmo zomba;

São como a onda, que vai e vem conforme a determinação do mar!

O investimento do bajulador é o lisonjeio servil;

Possui um ego imbecil, disposto a ser beócio para chegar aonde quer;

Não fala o que pensa ou mostra o que é, nada observou e nada ouviu;

Exceto o que serviu para entregar ou acoitar o que lhe aprouver!

Não ousa discordar e nem recorre ao senso crítico;

Expõe-se ao ridículo para exaltar e ladear exatamente quem lhe humilha;

Esconde-se numa ilha de um íntimo desvalor incrivelmente atípico;

É o bobo do palácio, do circo o palhaço, capacho que não se desvencilha!

Pelego que se vende, assim mantém a posição que ambiciona;

A consciência não é dona das razões que determinam suas ações;

Está nas multidões que aplaudem por migalhas quem lhes aprisiona;

Mesquinhez tacanha, capaz até de apoiar quem patrocina suas opressões!

“A bajulação é a única forma de um ser humano conseguir subir através da própria queda” (Reinaldo Ribeiro)

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Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 19/03/2010
Reeditado em 29/08/2011
Código do texto: T2147093
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