Sensação: Revelação ao Divagar

Sensação: Revelação ao Divagar

“Preocupe-se agora em não pensar em nada”

... nada em que me leve a pensar numa coisa indesejada, torta ou sem essência, meus dedos preferem agarrar o cerne daquilo de todo misterioso.

Os mistérios todos, ora belos, ora terríveis ou os dois entrelaçados são assim apenas para não perder a condição que agrada, ou seja indiferente, como a nossa magnânima capacidade de gostar.

Eu sempre tive gosto por gostar daquilo que não se pode tocar: nas feridas daquele que sofre, no coração de quem ama ou nos olhos brilhantes de quem se apaixona... Toda vida eu fui assim, diferente, não muito das divergências todas, mas ao ponto de gerar pontos e pontos de exclamação ou interrogação àqueles gravados nos rostos plácidos da minha vida. As reticências que eu engendrei me causaram problemas de cunho tácito: uma venenosa sensação. Sorrio de leve com a alma flamejando ao sofrer calado, no âmago, ao fado inexorável do ponto final.

Todas as coisas ou pessoas têm seu fim. Aquele pôr-do-sol, uma estrela antiga ou uma idéia preconceituosa. Só não tem fim o universo, o coração humano, se reflexo, e a memória que ecoa entre os dois, produzindo um encanto mágico chamado felicidade.

A felicidade, sim, é o que importa. E é tão volátil que quando deixamos nossas vidas se agarrar a Ela, voam juntas a centímetros do chão, no vasto céu. A alegria faz tudo que é bom expandir, todo o indevido, recolher. Mas até o que se recolhe torna-se motivo para voar, como a feia largata.

O que eu adoro é flutuar, sabe..., tendo no pensamento minhas odisséias pelo passado, minhas constituições do futuro, minhas convicções do presente. Vida! E você está nela, de acordo com a Lei. Esse sentimento de voar sem asas é a força que engrandece a vida, é o toque místico que colore o céu e a cor dos nossos olhos, são a qualidade das nossas sensações, nossas asas.

A minha sensação, hoje, é divagar embargado ao som do piano em homenagem a Apolo, ao compositor dos doze ternos iguais... Eu fui à busca do nada que dissipou a nuvem para me mostrar como é bom amar com grandeza sem querer nada em troca. Mas se você sorrir e o seu coração vibrar eu ficarei duplamente feliz.

DominiCke Obliterum
Enviado por DominiCke Obliterum em 17/03/2010
Código do texto: T2142760
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