O QUE SE QUER, O QUE SE PODE.
Queria poder gritar em alta voz o que sente meu coração,
Queria poder dizer ao mundo o que você significa pra mim,
Queria poder dizer pra você o que representa o teu eu,
Mas tudo que posso é calar.
Queria poder demonstrar o real sentido de tudo,
Queria poder te mostrar o que só eu posso ver.
Queria poder revelar o sentindo de ser.
Mas tudo que eu posso é ocultar.
Do que vale o silêncio se ele fala tão alto?
Do que vale o barulho se ele se cala tão falto?
Do que vale sentir se não é revelado o estado?
É como olhar e não ver.
E se é amor, porque não é revelado?
E se é amor, porque não é demonstrado?
E se é amor, porque tem que ser mascarado?
O amor é grande demais para ser escondido!
Se um sentimento é nobre, pode ser fingido?
Se um sentimento é nobre, pode ser ferido?
Se um sentimento é nobre, pode ser esquecido?
O nobre enfim foi perdido!
Que realeza há em um nobre sofrido?
Que beleza há em um ouro embrutecido?
Que valor há em um sentir sem sentido?
O engano tirou o seu brilho!
Queria poder fazer tudo outra vez,
Queria poder fazer o que ninguém fez,
Queria poder resgatar o que se perdeu.
Mas tudo que posso é esperar.
Queria me iludir de novo com os encantos teus,
Queria acreditar de novo que reviveu,
Queria aceitar de novo o teu eu,
Mas tudo que posso é sonhar.
O que faz bem, nós divulgamos,
O que é bom, nós demonstramos,
O que amamos, nós revelamos,
Só se esconde o que é erro!
Se não é erro porque esconder?
Se não é erro porque não querer?
Se não é erro porque não saber?
Se for erro melhor corrigir do que esconder.
Queria poder transmitir o que penso,
Queria poder confessar o que sei,
Queria poder garantir o que vem,
Mas tudo que posso é acreditar.
Queria poder amar como eu amo,
Queria poder falar o que eu quero,
Queria poder fazer o que eu anelo,
Mas tudo que posso é ser o que sou.