Consciência e Linguagem.
A fronteira da linguagem é a fronteira a realidade. Só temos palavras para o grau superlativo e os estados extremos dos processos corporais e anímicos. O reino do existir finda para a consciência onde termina o reino das palavras. O escritor irlandês James Joyce percebeu isso, e criando a ultra-literatura, ele conseguiu construir um novo oceano verbalístico em suas obras, como grande neologista o qual é, e o fluxo de consciência transborda de seus personagens.
O Inaudito está entro de cada um de nós. A própria consciência não está nem dentro e nem fora, e sim no meio. Ela está cada vez mais no ser do qual é consciência. Se é uma consciência de uma pedra lá fora, então ela está lá fora. Se for consciência de uma dor, de um desejo, então ela está dentro onde se move essa dor e esse desejo.
Será a consciência um espelho distorcido? Será a consciência um texto incomensurável e incognoscível, mas que pode ser sentido em toda a sua profundidade hermética? Tudo o que se torna consciente em nós é pintado, ajeitado, simplificado, esquematizado e pré-interpretado.