( ( ( O TEMPO ) ) )

Vidas seguem em passos apressados, olhares sem significado...na correria do dia-a-dia, perdemos a sensibilidade de notar os fatos...talvez o medo também tire a esperança, nos faz esquecer tudo que vivemos, o que arduamente aprendemos... desanimados e apressados...corpos cansados...vigiando o ponteiro do relógio marcar o tempo.
E o que se tem por dentro, poucos vão notar...muitos nem querem olhar, ser um pouco delicado, sem se fazer de rogado, prestar atenção em quem está do lado...ter a ousadia de parar, se permitir respirar...o outro cumprimentar, conversar...se permitir antes de falar , o ouvir...ter nas mãos um afago, uma palavra amiga pra doar...
Corações distintos, inertes de sentimentos...não tem tempo de se entregar...neste ir e vir ...pulsam em contramão...se perderam da razão, do que de fato alimenta o coração...
Vidas perdidas, almas entristecidas não sabem amar...e assim se vão os dias, e a angústia a maltratar...não há tempo pra sorrisos largos, aqueles fartos, inesperados...
Não há tempo para abraços, aqueles demorados , bem apertados....
Não há vida vivida no tempo marcado que escorre pelas mãos...
E sendo assim não há tempo pra ser feliz, não há tempo pra sonhar, não há esperanças pra aliviar, não há metade pra completar...não há o que esperar...
Sem tempo pra valorizar cada momento...não há vida, não há lembranças pra recordar, não há saudades pra matar...não há ninguém que nos queira amar...


Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 06/03/2010
Código do texto: T2122681
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