SÉRIE ALMAS PEQUENAS Nº 28 - A INFIDELIDADE

Que entendamos de uma vez o que seria essa tal fidelidade;

Sem o discurso da falsa moralidade da pressuposta piedade ocidental;

Porque não é anestesia do instinto animal e nem algemas da virilidade;

Consiste em pacto de lealdade, com durabilidade de um início sem final!

A lealdade em questão não tem conotação meramente sexual;

Pois o conceito de bem ou mal vai depender das bases envolvidas;

Só diz respeito às duas vidas que consolidam o casal;

E o que pra ambos for ilegal, serão as liberdades proibidas!

O infiel não é exatamente aquele que pratica um certo ato;

Mas quem transgride o trato e não se porta como afirma;

Seus passos o discurso não confirma e seguem um rumo dissimulado;

Em casa é anjo e na rua é diabo, e só nesse teatro se realiza!

A infidelidade é golpe covarde cravado nas costas da confiança;

Tira proveito da segurança, faz tudo aquilo que em público condena;

Somente uma alma suja e pequena todos os seus andares alcança;

Desonra a própria aliança e traveste a verdade com maquiada cena!

“O infiel não é quem acumula milhares de amantes e sim quem possui uma única face a mais” (Reinaldo Ribeiro)

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