BARCO A VELA
Resolvi singrar o mar da ventura...
Na fortaleza e no desprendimento.
Senti na brisa suave da ternura...
Constância do querido momento.
Desejei sem delongas a felicidade...
O tempo que se traduz imensidão.
Abusei da bússola e da capacidade...
Fiz-me o instrumento de precisão.
Enfrentei uma horrível tempestade...
E determinado abracei-me à razão.
Mesmo sem o bom vento almejado...
Firmei o leme e fixei o meu olhar.
O ideal prescrito e sacramentado...
Amante impulsivo, pronto a navegar.
Homem destemido e um devotado...
Na busca desenfreada do seu porto.
Imaginável mundo do amor ansiado...
Capitão da emoção, navegante absorto.
Que não se entrega jamais à indecisão...
Sabe o que convém na autenticidade.
Na procura incessante da revelação...
Expoente definido pela simplicidade.
Intensificado sentimento, louca paixão...
Que de súbito acomete a amabilidade.
Pirapora/MG, 03 de março de 2010.